O paraíso é logo
ali. A 545 quilômetros do continente, o arquipélago de Fernando de Noronha, em
Pernambuco, é acessível apenas por navio ou avião. Tombado pela Unesco como
Patrimônio Mundial Natural, o lugar é de fato mais-que-especial. Composto por
todo luxo natural imaginável a ilha parece mesmo intocável no tempo. Tem areias
claras, mar de todos os tons de azuis e verdes possíveis, corais, mata,
formações rochosas e vida marinha farta. Tamanha preservação se explica pelo
fato de que, muito antes de se tornar paraíso turístico e ecológico, até 1982 a
ilha funcionou apenas como presídio e área militar – fechada a visitação.
Aberta aos
turistas apenas nos anos 90, com muitas restrições, a ilha tem apenas 17
quilômetros quadrados, a menor BR do país - a 363, com seis quilômetros de
extensão – e limite de apenas 700 turistas para pernoitar no seu território ao
mesmo tempo. Sim, com tudo isso, obviamente Noronha não é um destino barato e,
ainda paga-se uma taxa de permanência. Mas, lá cada centavo vale a pena e é
muito bem recompensado.
Na meia-estação,
de agosto à setembro, há poucos turistas, as temperaturas estão agradáveis e o
mar está bem calmo, perfeito para a prática de mergulho. Já entre dezembro e
março o calor do verão toma conta da ilha e as praias ganham ondas perfeitas
que podem chegar até cinco metros – convite pra lá de tentador para os
surfistas.
Faça um tour
completo pela ilha – por terra e mar. Explore e aproveite todos os cenários
dentro e fora d’água. O passeio de bugre é uma ótima opção que dura o dia
inteiro e leva à quase todas as praias com direito a paradas para mergulho(!) –
afinal, Noronha é um dos melhores lugares do mundo para a prática do esporte.
Mas, se encarar um batismo de mergulho autônomo, com garrafa (as operadoras
locais oferecem a experiência acompanhado por um instrutor a 15 metros de
profundidade e com todos os equipamentos necessários), não está nos seus
planos, basta uma máscara e um snorkel para se encantar com as belezas marinhas
da ilha. Além de peixes e corais
coloridos, tartarugas, arraias e golfinhos costumam dar o ar da graça e nadar
lado a lado com os visitantes.
As trilhas também
são programação obrigatória da ilha. Noronha tem dez trilhas principais, todas
bem sinalizadas, a maioria tem entre dois e três quilômetros e levam as praias
e mirantes. Já os passeios de barco saem, todo dia de manhã e de tarde, da
praia do Porto de Santo Antônio para o mar de dentro com stop para mergulho na Baía do Sancho.
Noronha é
dividida em duas costas: o mar de dentro, voltado para o Brasil e, o mar de
fora, voltado para a África. As praias voltadas para o país tem águas calmas e
cristalinas e inúmeras piscinas naturais. É deste lado também que o sol se põe.
Espetáculo diário de lavar a alma que reúne turistas e locais nas praias do
Cachorro e da Conceição. A Cacimba do Padre é uma das maiores da ilha com 900
metros de extensão e abriga outro cartão-postal de Noronha: o morro dos Dois
Irmãos.
Destaque também
para a Baía dos Porcos e Sancho – listadas entre as dez mais bonitas do Brasil.
A primeira é de difícil acesso (caminhada de 15 minutos pela areia e pedras
vindo da Cacimba do Padre) mas, repleta de piscinas de águas transparentes e um
visual que rapidamente faz esquecer qualquer esforço. A segunda, também de
acesso difícil a partir do alto de um penhasco, conta com bancos de corais e
águas claras e é considerada uma das melhores praias para a prática de
mergulho. E mais: Baía de Santo Antônio, Praia do Meio, Praia do Boldró, Praia
do Americano e do Bode. Do mar de fora, destaque para: Praia do Leão e do
Atalaia, Ponta das Caracas e Baía do Sueste.
A Vila dos
Remédios é o centrinho urbano da ilha. Por lá, dá para se encantar com a igreja
de Nossa Senhora dos Remédios construída em 1772 pelos portugueses e tombada
pelo Iphan, com o Palácio de São Miguel, sede da administração da ilha, com as
ruínas tombadas da Fortaleza de Nossa Senhora dos Remédios erguidas no século
XVIII e com o Memorial Noronhense que reúne fotos antigas e textos que narram a
história do arquipélago.
A vida noturna da
ilha começa cedo. Há palestras diárias, a partir das 20h30 no Centro de
Visitantes – sede do Ibama e do Projeto Tamar – com apresentação de
documentários e debates com entrada franca. De lá, a pedida é jantar em um dos
restaurantes e hotéis da região ou seguir para o forró do Bar do Cachorro para
dançar com os pés na areia. Em tempo: em noite de lua cheia, a barraca Duda Rei
costuma organizar um luau na praia da Conceição.
Onde ficar
Pousada
Maravilha: Fica na Baía do Sueste e tem apenas cinco bangalôs e três
apartamentos. Tem piscina, área externa, spa, academia, sauna e sala de
massagem.
Pousada do Zé
Maria: Uma das primeiras da ilha, fica ao lado do morro do Pico, um dos mais
imponentes cartões postais de Fernando de Noronha.
Pousada Teju-açu:
Rústica e chique na medida foi escolhida pela National Geographic como um dos
hotéis mais autênticos do Brasil. Fica a 10 minutos de caminhada da Praia da
Conceição.
Pousada
Beijupirá: Carregada de clima intimista e romântico a pousada fica de frente
para a Praia da Conceição e ao lado do Morro do Pico.
Onde comer
Beijupirá: Com
filiais em Olinda, Porto de Galinhas, Praia dos Carneiros e Maceió, o
restaurante é comandado pela chef Adriana Didier e funciona na pousada de mesmo
nome. Dá água na boca só de imaginar receitas como filé de galo-alto com molho
de pitanga e arroz de castanha e camarão no mel de engenho com arroz de
maracujá. End: Praia da Conceição. Tel.: (81) 3619-1250.
Restaurante do Zé
Maria: As quartas e sábados são servidos buffets de pratos exóticos e
saudáveis. O décor rústico inspirado na cultura nordestina e a música ao vivo
completam o clima do programa. End: R. Nice Cordeiro, s/n. Tel.: (73)
3619-1258.
Museu do Tubarão:
A especialidade da casa é o bolinho de tubalhau, feito com carne de tubarão
salgada. Outros destaques do menu são a Tubalhoada (lascas de tubalhau, batata,
cebola e azeite) e o Tuba Burguer. End: Av. Joaquim Ferreira Gomes, 40.
Tel.: (81) 3619-1365
Pousada Teju-açu:
cozinha contemporânea brasileira. Serve delícias como o lombo de cordeiro de
sol com purê de macaxeira ao queijo camembert e petit gateau de goiabada com
recheio cremoso e quente de requeijão. End: Estrada da Alamoa. Tel.: (81)
3619-1277.
Mergulhão: O
local tem vista privilegiada para o Morro do Pico. No cardápio, peixe crocante
do dia recheado com camarão, lascas de queijo e palmito, acompanhado de purê de
abóbora e lagosta ao molho de jabuticaba com limão e ervas. End: Porto Santo
Antônio, s/n.
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