quinta-feira, 2 de maio de 2013

Fernando de Noronha


O paraíso é logo ali. A 545 quilômetros do continente, o arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco, é acessível apenas por navio ou avião. Tombado pela Unesco como Patrimônio Mundial Natural, o lugar é de fato mais-que-especial. Composto por todo luxo natural imaginável a ilha parece mesmo intocável no tempo. Tem areias claras, mar de todos os tons de azuis e verdes possíveis, corais, mata, formações rochosas e vida marinha farta. Tamanha preservação se explica pelo fato de que, muito antes de se tornar paraíso turístico e ecológico, até 1982 a ilha funcionou apenas como presídio e área militar – fechada a visitação.


Aberta aos turistas apenas nos anos 90, com muitas restrições, a ilha tem apenas 17 quilômetros quadrados, a menor BR do país - a 363, com seis quilômetros de extensão – e limite de apenas 700 turistas para pernoitar no seu território ao mesmo tempo. Sim, com tudo isso, obviamente Noronha não é um destino barato e, ainda paga-se uma taxa de permanência. Mas, lá cada centavo vale a pena e é muito bem recompensado.



Na meia-estação, de agosto à setembro, há poucos turistas, as temperaturas estão agradáveis e o mar está bem calmo, perfeito para a prática de mergulho. Já entre dezembro e março o calor do verão toma conta da ilha e as praias ganham ondas perfeitas que podem chegar até cinco metros – convite pra lá de tentador para os surfistas.



Faça um tour completo pela ilha – por terra e mar. Explore e aproveite todos os cenários dentro e fora d’água. O passeio de bugre é uma ótima opção que dura o dia inteiro e leva à quase todas as praias com direito a paradas para mergulho(!) – afinal, Noronha é um dos melhores lugares do mundo para a prática do esporte. Mas, se encarar um batismo de mergulho autônomo, com garrafa (as operadoras locais oferecem a experiência acompanhado por um instrutor a 15 metros de profundidade e com todos os equipamentos necessários), não está nos seus planos, basta uma máscara e um snorkel para se encantar com as belezas marinhas da ilha.  Além de peixes e corais coloridos, tartarugas, arraias e golfinhos costumam dar o ar da graça e nadar lado a lado com os visitantes.



As trilhas também são programação obrigatória da ilha. Noronha tem dez trilhas principais, todas bem sinalizadas, a maioria tem entre dois e três quilômetros e levam as praias e mirantes. Já os passeios de barco saem, todo dia de manhã e de tarde, da praia do Porto de Santo Antônio para o mar de dentro com stop para mergulho na Baía do Sancho.



Noronha é dividida em duas costas: o mar de dentro, voltado para o Brasil e, o mar de fora, voltado para a África. As praias voltadas para o país tem águas calmas e cristalinas e inúmeras piscinas naturais. É deste lado também que o sol se põe. Espetáculo diário de lavar a alma que reúne turistas e locais nas praias do Cachorro e da Conceição. A Cacimba do Padre é uma das maiores da ilha com 900 metros de extensão e abriga outro cartão-postal de Noronha: o morro dos Dois Irmãos.


Destaque também para a Baía dos Porcos e Sancho – listadas entre as dez mais bonitas do Brasil. A primeira é de difícil acesso (caminhada de 15 minutos pela areia e pedras vindo da Cacimba do Padre) mas, repleta de piscinas de águas transparentes e um visual que rapidamente faz esquecer qualquer esforço. A segunda, também de acesso difícil a partir do alto de um penhasco, conta com bancos de corais e águas claras e é considerada uma das melhores praias para a prática de mergulho. E mais: Baía de Santo Antônio, Praia do Meio, Praia do Boldró, Praia do Americano e do Bode. Do mar de fora, destaque para: Praia do Leão e do Atalaia, Ponta das Caracas e Baía do Sueste.



A Vila dos Remédios é o centrinho urbano da ilha. Por lá, dá para se encantar com a igreja de Nossa Senhora dos Remédios construída em 1772 pelos portugueses e tombada pelo Iphan, com o Palácio de São Miguel, sede da administração da ilha, com as ruínas tombadas da Fortaleza de Nossa Senhora dos Remédios erguidas no século XVIII e com o Memorial Noronhense que reúne fotos antigas e textos que narram a história do arquipélago.



A vida noturna da ilha começa cedo. Há palestras diárias, a partir das 20h30 no Centro de Visitantes – sede do Ibama e do Projeto Tamar – com apresentação de documentários e debates com entrada franca. De lá, a pedida é jantar em um dos restaurantes e hotéis da região ou seguir para o forró do Bar do Cachorro para dançar com os pés na areia. Em tempo: em noite de lua cheia, a barraca Duda Rei costuma organizar um luau na praia da Conceição.





Onde ficar

Pousada Maravilha: Fica na Baía do Sueste e tem apenas cinco bangalôs e três apartamentos. Tem piscina, área externa, spa, academia, sauna e sala de massagem.

Pousada do Zé Maria: Uma das primeiras da ilha, fica ao lado do morro do Pico, um dos mais imponentes cartões postais de Fernando de Noronha.

Pousada Teju-açu: Rústica e chique na medida foi escolhida pela National Geographic como um dos hotéis mais autênticos do Brasil. Fica a 10 minutos de caminhada da Praia da Conceição.

Pousada Beijupirá: Carregada de clima intimista e romântico a pousada fica de frente para a Praia da Conceição e ao lado do Morro do Pico.





Onde comer

Beijupirá: Com filiais em Olinda, Porto de Galinhas, Praia dos Carneiros e Maceió, o restaurante é comandado pela chef Adriana Didier e funciona na pousada de mesmo nome. Dá água na boca só de imaginar receitas como filé de galo-alto com molho de pitanga e arroz de castanha e camarão no mel de engenho com arroz de maracujá. End: Praia da Conceição. Tel.: (81) 3619-1250.

Restaurante do Zé Maria: As quartas e sábados são servidos buffets de pratos exóticos e saudáveis. O décor rústico inspirado na cultura nordestina e a música ao vivo completam o clima do programa. End: R. Nice Cordeiro, s/n. Tel.: (73) 3619-1258.

Museu do Tubarão: A especialidade da casa é o bolinho de tubalhau, feito com carne de tubarão salgada. Outros destaques do menu são a Tubalhoada (lascas de tubalhau, batata, cebola e azeite) e o Tuba Burguer. End: Av. Joaquim Ferreira Gomes, 40. Tel.: (81) 3619-1365

Pousada Teju-açu: cozinha contemporânea brasileira. Serve delícias como o lombo de cordeiro de sol com purê de macaxeira ao queijo camembert e petit gateau de goiabada com recheio cremoso e quente de requeijão. End: Estrada da Alamoa. Tel.: (81) 3619-1277.

Mergulhão: O local tem vista privilegiada para o Morro do Pico. No cardápio, peixe crocante do dia recheado com camarão, lascas de queijo e palmito, acompanhado de purê de abóbora e lagosta ao molho de jabuticaba com limão e ervas. End: Porto Santo Antônio, s/n.


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